O ensino à distância, o famoso EAD, vem se mostrando uma importante ferramenta no acesso à educação ao redor de todo o mundo. Com a pandemia essa ferramenta se mostrou quase que imprescindível para dar continuidade ao ensino, mas também expôs uma grande debilidade das instituições de ensino brasileiras, que tiveram que correr para se adaptarem e oferecerem aos professores tecnologia para tornar essa modalidade de ensino possível.
Sabemos que o Brasil é um país muito desigual onde uma parcela da população não tem acesso a celulares, computadores, um lugar silencioso em casa para se concentrar na aula remota. No início da pandemia os professores também não estavam treinados o suficiente para terem que lidar com essa nova realidade. Mesmo com o avanço das plataformas digitais para o estudo a distância durante a pandemia, essas são questões que devemos levar em consideração ao falar sobre EAD.
Porém, podemos dizer que todas essas dificuldades foram superadas por um período de pandemia que dura até agora 2 anos, e que mesmo com melhoras sensíveis, com o avanço da vacinação etc, não tem ainda um fim prometido. Tudo isso fez com que o número de matrículas em cursos EAD de nível superior superasse o número de matrículas em cursos superiores presenciais.
Outros fatores causados pela Covid-19, que devem ser levados em consideração para que essa mudança acontecesse são a queda do índice de emprego e a renda da população. Pois cursos superiores 100% online ou híbridos, com parte online e parte presencial apresentam um custo menor.
Em 2019, ano anterior à pandemia, a adesão aos cursos EAD já vinha crescendo, e tinha superado o número de matrículas em cursos presenciais. Em 2018 a diferença entre o ensino a distância e presencial já era de apenas 243 mil matrículas.
Esse crescimento, mesmo anterior a Covid-19, é explicado pelo valor mais baixo desses cursos, como já dito, e também porque eles apresentam maior flexibilidade, e assim maior facilidade, para que os estudantes possam conciliar o estudo com a rotina de trabalho.
Entre os cursos superiores que migraram seu ensino para o EAD, 91% deles possuem atividades de forma síncrona, quando a aula é ao vivo, ou assíncronas, quando as aulas são gravadas e podem ser vistas depois. 63% dos alunos assistem às aulas exclusivamente de forma síncrona, e apenas 9% assistem às aulas totalmente de forma assíncrona.
Apesar de todos os obstáculos, o EAD no ensino superior vem se mostrando uma ferramenta que pode oferecer mais acesso ao ensino em meio a correria do dia a dia, e por isso talvez tenhamos que refletir as melhores maneiras de oferecer cada vez mais um ensino de qualidade através dos meios digitais, usando a tecnologia ao nosso favor, e fazendo proveito dela.